sábado, 31 de agosto de 2013

Centro de reabilitação - Boston

Essa semana estive no Spaulding Hospital, um centro de reabilitação aqui em Boston e tive um exemplo de respeito pelos pacientes.
O centro conta com um prédio de 8 andares muito bem divididos; como aqui tudo é muito controlado eu não pude tirar muitas fotos, porém dei o jeitinho brasileiro e fiz um filminho “clandestino” afinal não conseguiria explicar com palavras tudo que vi ali.
Comecei pelo setor de fisioterapia, o centro fica em Charlestown, de frente para o porto de Boston, a sala é cheia de janelas de vidro e os aparelhos mais monótonos ficam de frente para o porto, ou seja, você fica lá pedalando e curtindo a vista, é lindo!!!
Seguindo para uma outra sala a Catarina(fisioterapeuta que me acompanhou) me mostrou a Lokomat, mesmo aparelho que temos na AACD em São Paulo, achei muito legal a forma que eles tem para transportar o paciente do tatame até a esteira, é tudo feito através de um guincho, ou seja, o fisioterapeuta é poupado de grandes esforços, além disso eles tem uma parede cheia de coletes de diversos tamanhos, dessa forma os coletes ficam totalmente ajustados para seus pacientes.
Agora a parte que mais babei, o Exoesqueleto, juro que tentei dar uma voltinha gente, usei da minha cara de pau, mas não rolou, eles são extremamente metódicos e aqui  Não é NÃO L.
Eles realizam treinos com o exoesqueleto por 1 hora, ou seja você consegue estimular muito o corpo do paciente. Depois estive no setor de próteses, Catarina contou que eles realizam muitas pesquisas para desenvolver próteses de qualidade, porém não havia ninguém por lá e não consegui ver muita coisa.
Descendo mais um setor conheci a sala de musculação que conta com muitos aparelhos, perguntei a ela se todos tem direito a realizar os tratamentos, ela disse que a maioria das pessoas tem plano de saúde, porém caso contrário o governo proporciona o tratamento no Spaulding, questionei se haveria uma lista de espera (tipo aquelas do Brasil que o paciente fica meeeeses esperando) ela disse que em 2 semanas no máximo o paciente já inicia o tratamento após uma avaliação médica.
Finalmente o setor que eu estava alucinada para ir, o de esportes, eles contam com um centro gigantesco onde você pode fazer remo, canoagem, Wind surf, tênis, bicicleta, esquiar na água, mergulho, golf e mais tantas outras atividades. Como o centro fica de frente para o porto os esportes aquáticos são realizados lá, eu optei pelo Wind Surf, no meu caso tive de pagar pois não sou americana e não faço tratamento lá.
Imaginem a minha felicidade, como já disse aqui, eu fiquei mais uma vez como “pinto no lixo”, fui assessorada por 2 treinadores que ajudam a segurar a vela pois é muito pesada, porém realizar treinos com aquela vista não tem preço, depois encerrei com umas pedaladas na handbike, delíciaaaaaaaaaaaaaa.

Segue algumas fotinhos e um vídeo mostrando um pouco desse lugar maravilhoso, é gente,  temos muito o que aprender com esse povo!
 http://www.youtube.com/watch?v=BIyc9rsDWEE&feature=youtu.be



terça-feira, 20 de agosto de 2013

Acessibilidade - Transporte/Acomodação/Passeio de Caiaque

Aos que já me conhecem sabem o quanto eu amo agua, desde a época em que eu estava no Brasil  já planejava andar de caiaque aqui em Boston,  que delícia é poder chegar em umr e não passar perrengue, já nem lembrava mais disso.
Fui com alguns amigos da escola, pois são nesses momentos que você consegue destravar a língua e começa a arriscar seu inglês; chegando ao Charles River a vista é linda, e o dia estava super propício. Alugamos um caiaque para duas pessoas por 1 hora, eu estava super apreensiva, pensei como seria para conseguir entrar na agua?  será que vou ter equilíbrio para ficar sentadinha sem virar? Como vou descer até o rio?
ELES PENSAM EM TUDO! Cheguei lá e me trataram com a maior naturalidade, preenchi uma ficha e um funcionário muito simpático veio me perguntar se conseguia me mover, se precisava de ajuda para entrar na agua, enfim, todas a dúvidas esclarecidas, bora curtir. Gente, quando vi a rampa, tudo plano, novinho não acreditei, eles tem tanto cuidado que me trouxeram o um acento cujo o encosto  é mais elevado para que o seu tronco não fique balançando e você caia no rio.
Não sei dizer se gostei mais de estar no caiaque e sentir aquela sensação de liberdade ou se foi a sensação de me sentir parte da sociedade de novo, sem precisar ser carregada no colo devido a falta  de acesso como no Brasil, é muito bom sentir que você faz parte do mundo outra vez.
E falando em acessibilidade, tenho que mencionar meu hotel. Meu plano era morar em casa de família, mas não encontrei uma acomodação para o meu perfil e tive que optar pelo o hotel. Quando cheguei ao quarto dei de cara com uma banheira, só pensei, agora fu...
 Entrei em contato com a recepcionista e com minha agencia no Brasil que em sequencia entrou em contato com a escola e tudo foi resolvido rapidamente. Tá certo que tive que tomar uma banhinho de gato por 2 dias, já que não consigo ter equilíbrio de tronco na adaptação que arrumaram para mim, todavia valeu a pena, tanto minha agência (CI - Central de Intercambio) como a escola correram atrás de tudo e até uma cadeira de banho o hotel comprou, portanto futuros cadeirantes já consegui uma cadeirinha de banho para vocês nesse hotel...hehehe
Meu quarto é todo plano, o banheiro tem barras laterais, o vaso é mais alto, dentro do chuveiro existe um acento (porém eu não consigo tomar banho nele pela falta de equilíbrio de tronco) e agora a cadeira de banho, ou seja, perfeito e seguro.
Só para encerrar gostaria de mencionar mais uma vez a questão dos transportes; em visita a Harvard peguei meu primeiro buzão por aqui, como já disse tento fazer a maioria das coisas como se estivesse sozinha dessa forma consigo transmitir a vocês todas as informações possíveis. Logo que o ônibus chega o motorista pede que todos entrem ou se afastem para então manobrar a rampa de acesso (tudo limpinho e funcionando sem problemas, nada daqueles trambolhos que temos no Brasil), em sequencia ele me colocou num cantinho onde a cadeira fica presa por ganchos e o cinto de segurança me segure caso hajam curvas mais mais acentuadas.
Segue uns vídeos sobre o passeio e a acessibilidade dos Ônibus!

https://www.youtube.com/watch?v=PqmR0_Vq-z4

http://www.youtube.com/watch?v=PjHBxh54Lf8&feature=youtu.be

https://www.youtube.com/watch?v=GtEbPbVBPYA&feature=youtube_gdata_player





quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Andando pelas ruas

´Faz apenas uma semana que cheguei a Boston e posso dizer que já vivi muitas coisas, só nesse tempo visitei vários lugares e conheci tantas pessoas que nem sei por onde começar.
 Como mencionei semana passada as coisas por aqui são muito diferentes, principalmente no quesito acessibilidade,  já fiz o caminho sozinha algumas vezes e posso garantir que é tudo maravilhosamente adaptado, me senti como o ator de "dançando na chuva", porém com minha cadeirinha...rs
Bom, a primeira vez que vi o caminho achei que não ia conseguir pois tenho um grave problema de pressão baixa que faz com que muitas vezes eu passe mal, e além disso as ruas são imensas, porém segui em frente e  finalizei o primeiro percurso. Pausa para o 2º desafio, a subida para o metro, são alguns lances de rampas, encarnei no Rock Balboa e imaginei que eu tinha os braços do Fernando Fernandes, respirei fundo e fui, parei umas 500 vezes no meio do caminho, mas cumpri o objetivo, e no final só faltou dar os pulinhos da vitória, vocês não imaginam a minha felicidade, a hora que me vi no metro sem a ajuda de ninguém, foi indescritível!
Quando finalmente cheguei ao metro pensei em como faria para descer nas estações, pois muitas tem o piso mais alto e eu não conseguiria sair sozinha, fui em busca de informação, pois aqui eles sempre tem uma solução e mais uma vez fiquei pasma. Quando o metro chega, os motorista vão para a janela verificar se todos os passageiros entraram no metro(as portas não são automáticas, portanto você não corre o risco da porta fechar com você entrando), nesse momento você informa ao motorista onde irá descer, ele imediatamente avisa a central que enviará um funcionário com uma rampa de metal, e quando você chega ao destino, tcharammm, seu querido ajudante está lá prontinho para te auxiliar, não é o máximo?
Meu segundo destino foi uma visita ao Quincy Market, um mercadão com algumas atrações ao redor, com direito a bandinhas tocando na rua, souvenirs de Boston e muita comida, apesar de estar com meu namorado, fiz o percurso inteiro tocando minha cadeira, quando cheguei fui em busca de banheiro e mais uma vez tudo correu tranquilamente, pois o caminho é totalmente plano e existem banheiros adaptados em vários lugares.
Segue umas fotinhos das primeiras aventuras, e como o tempo aqui é curto estou postando algumas fotos pela Instagram.
No próximo post vou contar um pouquinho sobre minha voltinha de caiaque no Charles River e minha acomodação, até cadeira de banho eles compraram para o hotel, é muito amor por esse lugar gente!!!

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Primeiros momentos


As aulas começaram e o friozinho na barriga também, o fato de estar sozinha numa sala cheia de gringos de todas as partes do mundo intimida um pouco, porém pude entender o que todos sempre me diziam a respeito de socializar com outras pessoas, é muito interessante conhecer os costumes de cada país, só na minha classe estudam chineses, colombianos, turcos, coreanos, tailandeses e japoneses, então imaginem a bagunça de todas essas línguas tentando se comunicar??

Gente é o maior barato, pois os sotaques se misturam, e a vontade que todos temos de aprender a língua nos faz ultrapassar barreiras, e no caso de eu ser a ÚNICA deficiente da escola se tornou mero detalhe.

Aqui o desafio já começou no primeiro dia, quando a escola foi apresentar as redondezas, eu fiquei em pânico pois não tinha como acompanhar a velocidade dos “andantes”, porém aqui apesar de toda a acessibilidade eles não são tão solícitos quanto no Brasil, ou seja, Michele se viraaaaa!! Deu tudo certo e segui o pessoal, além disso aproveitei para ter meus primeiros árduos diálogos com a funcionária da escola, uma fofa diga-se de passagem.

Ontem fui à State House, onde conheci um pouco sobre a história dos ex governantes , vale a visita e o lugar é lindo, segue um filminho.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Chegando em Boston


Gente, o dia aqui parece voar, e peço desculpas por só conseguir fazer um post hoje! Apesar de estar aqui há tão pouco tempo, vivo coisas novas a cada segundo.

A viagem foi ótima, e como promessa é dívida, fiz os procedimentos sozinha. Durante a viagem, solicitei o uso da cadeira para transportar deficientes ao banheiro, porém o banheiro é minúsculo, e não consegui tirar a foto no ângulo em que eu estava, mas posso garantir que é bem tranquilo.

Logo que aterrissamos em NY, uma aeromoça veio avisar que após todos os passageiros desembarcarem eu poderia sair, novamente com o uso da cadeira; em seguida um outro funcionário me acompanhou durante todo o processo de imigração até chegar ao saguão para um novo embarque.

Aqui é tudo muito rápido, e as pessoas não tem muita paciência para quem não domina a língua, mas até isso se torna divertido quando se está num lugar cheio de novidades.

Após 7 horas sofridas de espera (lógico que rolou um momento “mendigo” e deitamos no chão do aeroporto, sério gente, eu estava moída e já não ligava para mais nada...rs)

Pegamos um outro vôo e chegamos a Boston, incrível como tudo aqui tem acesso, fui novamente conduzida por um funcionário, um Angolano super simpático, que além de pegar minhas malas, chamou um taxi adaptado e aguardou a chegada do mesmo.

Mal cheguei no hotel e já fiz amizade com um motorista, este veio do Sri Lanca, e apesar do sotaque conseguimos conversar. Ele nos levou e buscou no almoço, e quando perguntei informações sobre o mercado ele logo se dispôs a nos levar (tem que rolar umas “farofadas” no quarto para não comer fora toda hora).

Saímos as 7:30 para conseguir chegar no horário sem problemas, peguei o metrô, tudo muito fácil e prático e cheguei a escola bem antes do horário estipulado e pasmem, tudo tudo, tuuuudo plano, sem calçadas quebradas, os lugares possuem inclusive botões para que o cadeirante apenas aperte e a porta se abra automaticamente (da vontade de apertar toda hora....kkkk)

O que posso dizer a meus companheiros de viagem é que a cidade de Boston me parece extremamente organizada e limpa, e as pessoas tem prazer em recebe-lo, amanhã as aulas começam, já que hoje tivemos apenas o teste classificatório e uma amostra do que será o curso.

Peço desculpas por não conseguir responder a todas as mensagens, mas saibam que estou lendo cada uma, e agradeço por receber tanto carinho e ver que como eu, existem outras pessoas compartilhando dos mesmo receios e sonhos.

Agora, vou recolher acampamento pra gastar as rodinhas amanhã!

 

 

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

De malas prontas

Arrumando as malas e o coração batendo mais forte...é minha gente, amanhã será o grande dia e estou revisando tudo pela “enézima” vez e ainda sim acho que está sempre faltando alguma coisinha.
Apesar de estar sendo muito bem assistida pela CI – Central de Intercâmbio, que é a agência  pela qual estou viajando e sendo patrocinada, resolvi ligar para companhia aérea pela qual vou viajar para saber maiores detalhes sobre o meu vôo, afinal muitas questões passam pela minha cabeça, tais como, e o banheiro, é acessível? E as malas? Como entro e saio do avião?
Meu namorado estará viajando comigo, porém meu objetivo é vivenciar essa experiência como se estivesse sozinha; portanto combinamos que eu me viraria para resolver essas questões, além disso solicitaremos salas de aula separadas para que eu possa realizar alguns programas sozinha bem como ter um rendimento maior durante as aulas.
Mas voltando ao avião, minha dúvida era como eu faria para ir ao banheiro? A companhia me confirmou a solicitação de uma cadeira com a qual poderei transitar pelo avião e utilizar o banheiro, porém optei por usar uma sonda especial, segue um resuminho:
   - Sonda Foley (ela tem um balãozinho que será inflado através de uma seringa com àgua destilada).

  - Um coletor urinário de perna (é lá que o “pipi” ficará guardadinho, ele tem um caninho que ficará preso a outra saída da sonda)

  - 10 ml de agua destilada (será injetado através de uma seringa para inflar o balão)

  - Seringa sem rosca (será encaixada na outra saída)

Gente, parece complicado, mas não é!  
Aí me perguntei, como iria esvaziar o coletor? Uni o útil ao agradável, vou utilizar a cadeirinha e conhecer o banheiro, assim vejo se realmente é adaptado, e aproveito para mostrar a vocês !!!

Quanto as bagagens e a cadeira, a atendente me informou que posso despachar minha cadeira de rodas com as malas, ou posso optar por leva-la na cabine caso não haja mais nenhum cadeirante. Quanto ao auxílio para entrar no avião, pelo fato de já ter sido avisado na companhia aérea tudo será conversado no check in, mas isso já é assunto para um próximo post.

Agora é apertar os cintos e hasta la vista baby !!!