sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Expedições Inclusivas no Jalapão




O nome do projeto já me deixou intrigada, e quando soube que entre os participantes haviam deficientes visuais e um cadeirante não pude deixar de contar pra vocês.



   A Ana é uma advogada - educadora física - hiperativa - aventureira, tudo isso na potencia máxima, afinal desbravar o Jalapão e comprar uma briga em prol da inclusão em esportes de aventura não é para qualquer um. O projeto no qual é idealizadora surgiu numa dessas incríveis conversas de bar (pra mim a melhor forma de brainstorming...rs) onde o amor em comum pelo montanhismo e o voluntariado na ONG Terra foram os responsáveis por derrubar essa ideia tãããooo recorrente de que deficientes não podem fazer nada, quiçá se meter a fazer rafting!


Em 2013 a primeira expedição foi concretizada com dois deficientes visuais, Lucimara Matias e Carlos Cruz na Bolívia com a pratica de montanhismo em alta montanha, Huayna Potosi (6.088m), consegue imaginar?
 Logicamente que nada é feito assim da noite para o dia, o estreitamento de laços para conhecer um pouco mais a fundo o universo da deficiência foi sendo desmistificado, e através da introdução de trekkings, corrida de aventura, stand up padle e caiaque a Ana pode entender melhor as necessidades e limitações de cada um deles.
"Em uma caminhada curta os deficientes visuais podem ser guiados segurando na mochila ou ombro da pessoa (vidente) que segue a frente, porém em uma alta montanha isso não é possível pois, por segurança, é necessário caminhar com certa distância  para que em caso de queda haja tempo para  ancoragem entre os escaladores".
A busca por uma agencia especializada e que apoiasse o projeto foi fundamental, e a descoberta de um equipamento(utilizado para guiar deficientes na Espanha) foi imprescindível.
Através de uma barra  feita de PVC, dois videntes ficavam nas pontas e o deficiente ao meio, sendo possível direciona-lo.


Ana Borgîs - Idealizadora do projeto

Ana sempre opta em levar guias que já tenham experiências com esse universo e a realização de  treinos são feitas para garantir a segurança. Tudo é pensado e simulado, um resgate no rio, a locomoção em terrenos assimétricos, a independência para remar com os equipamentos adequados (grande parte dos cadeirantes não possuem controle de tronco ), bem como as acomodações.
Os acampamentos por exemplo possuíam cadeiras de banho, onde os deficientes puderam ter total autonomia na hora do banho e das necessidades básicas(sacos biodegradáveis era acoplados a um reservatório embaixo da cadeira).
 Quando pergunto a Ana o que a motivou mergulhar nesse projeto ela responde:

" Hoje defendo o direito coletivo através da pratica de atividades de aventura. Minha vida só faz sentido se o meu trabalho e as habilidades que tenho atenderem a um bem comum, coletivo. Isso é a minha maior motivação em realizar esse projeto. Eu só existo porque o todo existe".


A próxima expedição já esta sendo organizada, e quem se habilitar o destino é tentador, Mato Grosso do Sul com mergulho, bike e altura, BORA?

Segue o contato da Ana:
alnborges@live.com
Cel: (11) 9 9111-4072

 
 
                                           Fotos e Vídeo: João Aimberê Massote e Lucas Shindi Kamavukai

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Paratransit - Serviço de transporte adaptado em Montreal

Essa semana fui para a escola de Paratransit, um sistema de transporte adaptado para deficientes.
Para utilizar é muito simples, basta realizar um cadastro pelo site ou telefone da STM(sistema de trasnportes daqui) o qual gerará um número que servirá como sua identificação para utilizar os serviço.
Como a EC School( minha escola) é muuuuito querida, pedi ao Rafael(brazoca que trabalha aqui) uma ajudinha nessa missão, pois a opção de agendamento pela internet não estava funcionando e arriscar um inglês pelo telefone não ia rolar!
Fui super tranquila, fiquei sentadinha no ponto que eles solicitaram e no exato horário o funcionário chegou para me ajudar! O serviço é muito parecido com o do Atende em São Paulo, mas o mais legal é que eles oferecem para qualquer cadeirante ou pessoa com mobilidade reduzida sendo ou não Canadense.
Os motoristas em geral falam Francês, mas são super solícitos em ajudar e se fazer entender como a maior parte aqui!
O melhor de tudo é que você paga com o Opus Card(cartão que você pode pagar por semana ou por mês) e pode agendar quantas viagens quiser por dia, por exemplo ontem agendei 3 passeios e pude economizar um tempão, pois como aqui os metros não são adaptados eu levaria muito mais tempo esperando para pegar cada um dos ônibus!
Como nem tudo é perfeito, as vezes eles podem atrasar ou até mesmo fazer confusão com a viagem, portanto eu indico que se tiver algum compromisso com hora marcada, é melhor dar uma ligadinha um pouco antes só para garantir que o motorista esteja vindo.
No mais o serviço é excelente bem como os motoristas que são sempre gentis e fazem questão de nos tratar com muita atenção!
Segue um videozinho p/ vcs verem que bacana é esse serviço.



Pra quem quiser saber mais:
http://www.stm.info/en/para


Rodando na Disneyyy !

Conheci a Aninha (vulgo Ana Paula Koch) pelo  face num desses papos sobre viagem; o bichinho das rodinhas nos pés também picou essa catarinense, que gentilmente compartilhou um pouco de sua experiência na última viagem que realizou, o destino? DISNEYYYYY !!!
 
Viagem em família é sempre muito legal, num lugar acessível então torna tudo ainda mais perfeito, em seus 18 dias de pura diversão a Ana pode transitar por Miami e Orlando em boas condições, calçadas quase sempre bem cuidadas (algumas quebradinhas também fizeram parte do trajeto), banheiros adaptados e o botãozinho mágico (aquele que abre automático) eram sempre encontrados.

Perguntei sobre os brinquedos e se houve algum problema?

A Disney é maravilhosa, super adaptada e preparada para receber cadeirantes. A coisa mais legal é que você pode ir em qualquer brinquedo, todos são adaptados, o cadeirante não é impedido de ir em nenhum brinquedo por se ter alguma deficiência, mesmo quem não pode sair da cadeira tem carrinhos adaptados para a cadeira nos brinquedos. ”

A Universal foi apaixonante, e para ela o brinquedo mais incrível foi o Harry Porter 3D



Em termos de acomodação o hotel fornecia quartos com adaptações necessárias, portas na largura exata e banheiro com bancos acoplados a parede. Eu particularmente como a Ana não gosto dessa adaptação, porém o fato de já não ter banheira e pensarem na adequação já me deixa bem feliz.



(foto ilustrativa para vpcês terem uma idéia da adaptação)

O aluguel de um carro caiu como uma luva, nos dias em que ficou em Orlando a viajante disse não ter visto nenhum ônibus e quase não haviam taxis, ou seja informações preciosas para nós que dependemos das rodinhas.

A alimentação é um pouco salgada, e a Ana disse ter gastado em torno de 20 a 30 doletas por refeição (dica: vale a pena farofar no hotel gente, eu sempre vou ao mercado logo no primeiro dia para comprar umas reservas na mochilinha).

Além de Miami e Orlando, ela visitou uma ilha, a Labadee no Haiti, e pasmem o navio que os levou até lá fornece até a cadeira para transitar pela areia da praia, é muitooo luxo ANA PAULA KOCH...kkkkkkkkk
 

Depois dessas informações já deu até para me imaginar rodando no castelo da princesa, se bem que acho a Fiona bem mais a minha cara...rs
Informações:
 
Hotel: westgateresorts.com/
 
Aluguel de carro: www.budget.com.br
 
Navio: www.royalcaribbean.com.br
 

 

 

 

terça-feira, 21 de julho de 2015

FASHION DAY INCLUSIVO

Que mulher no mundo não fica com os olhinhos brilhando em frente a uma vitrine? Ou quando vê aquele batom da novela, logo pensa "daria certinho com aquele meu vestido".
Pensando nessas peculiaridades inerentes a grande parte do sexo feminino, juntamente a minha experiência como deficiente e cadeirante nasceu o Fashion Day Inclusivo.
Em 2006 após alguns meses de reabilitação me deparei com uma das primeiras dificuldades, a moda e aquele novo corpo, o que fazer? Era frustrante demais como mulher e estilista provar determinadas peças que antes ficavam perfeitas em meu corpo, tornarem-se uma verdadeira prova do líder na hora de colocar, isso sem falar no caimento, onde tudo ficava torto e enrugado!
O tempo passou, e após quase 9 anos de lesão fui reaprendendo a me vestir; logicamente que o ideal seria se tivéssemos peças com uma melhor adequação já que as necessidades e o pensamento na hora de vestir mudam totalmente, e foi com esse tema que a idealizadora do projeto Moda Inclusiva Daniela Auler  iniciou o ciclo de palestras.
Em sequencia a apresentação de um material sobre tendências e opções de mercado foram apresentadas por mim e pelas alunas da Universidade Belas Artes e Senac, como resultado de um trabalho de campo realizado previamente com as pacientes do hospital IMREA da Rede Lucy Montoro. Estampas localizadas, tecidos mais flexíveis, marcação da cintura entre outras dicas resultaram numa palestra, onde peças e acessórios que vemos na maioria das loja de departamento foram minuciosamente escolhidas levando-se em conta a limitação de cada uma das lesões ali presentes, tais como: Lesão Medular, Encefálica e Amputação
Olhinhos atentos e perguntas pertinentes foram regadas com um lindo café patrocinado pela Vida Flor Gastrônomia.
Para encerrar com chave de ouro, uma palestra de auto maquiagem foi ministrada pelo power maquiador Mauro Marcos, além dos ensinamentos a empresa Avon que também apoiou o projeto, presenteou cada paciente com um máster kit de 27 itens para cada paciente, deu pra imaginar o tamanho dos sorrisos que saíram daquela sala?
Para mim o primeiro passo rumo a inclusão se dá quando trabalhamos as 2 partes, tanto das pacientes com a  moda, como das alunas para a deficiência, afinal eles serão os profissionais do futuro!


 

 

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Praticar é preciso!

Algumas pessoas me perguntam o porque ainda estudo inglês, e por isso resolvi fazer um post explicadinho sobre a minha escola e o motivo de ainda estudar inglês.
Como todos que sabem, em 2013 realizei um intercambio em Boston, onde pude melhorar muito meu inglês, ter que se virar no dia a dia sem ajuda de ninguém te obriga a falar e tentar entender todos e tudo a sua volta, afinal ninguém terá um "personal translater" 24 horas para socorrer.
O fato é que existe uma diferença entre  você conseguir se comunicar e entender  a língua e você ter fluência; eu jamais digo que sou fluente, erros gramaticais e phrasal verbs ainda me assombram e para quem pretende um dia tirar uma certificação como TOEFL e TOEIC por exemplo, pode apostar numa boa escola de Inglês para ficar afiadinho!
Escolhi a Alumni por recomendação de amigos, e não me arrependo, as aulas passam rápido e nas dinâmicas sugeridas tenho conseguido internalizar muitos detalhes que passam batido e que são perfeitas  pegadinhas desses testes!
Fui extremamente acolhida tanto pelos alunos como pelo staff, e até carteira para cadeirantes eles me ofereceram, porém por escolha própria eu preferi usar as carteira da classe.
Mesmo a sala de computação que geralmente são impossíveis de serem usadas por cadeirantes não tive problemas, além disso a escola conta com elevador e banheiro adaptado.
 
Uma coisa é certa, aqui não tem moleza, e além de QUIZ pela internet temos que passar por diversas provas cuja média é 8, ou seja, ou estuda ou estuda...rs
Pra quem quiser rodar pela Alumni fiz esse videozinho mostrando tudim tudim!!!

terça-feira, 5 de maio de 2015

BANG BANG - Tiro Esportivo adaptado

O post de hoje veio cheio de banca pra contar um pouco sobre a história da Andréia, fera em Tiro Esportivo que apesar de toda a falta de suporte ama competir e segura as pontas sozinha.
O gosto pelo esporte veio através da família já que tanto o avô como a mãe sempre praticaram, porém após um acidente automobilístico que acarretou uma paraplegia a mesma achou a princípio que atirar sentadinha numa cadeira de rodas não iria rolar!!!
PORÉÉÉÉM, saca pessoas que ignoram os nãos da vida e saem rodando como se não houvessem ouvido nadica? Essa é a Andréia, após assistir a modalidade de tiro adaptado no Parapan de Guadalajara a bonita ligou os motores  e "tacou-lhe pau" no seu carrinho; entrou em contato com a federação Paulista de tiro, descobriu um estande para praticar o esporte e fez acontecer.
A jornada começou em 2012 e desde então ela nunca mais parou, já conquistou 21 medalhas, entre os títulos estão I Copa do Brasil, Campeã Paulista,  Campeã Brasileira 2013 e 2014 além de recordista brasileira !
 Andreia costuma dizer que se casou com o tiro e que não é só chegar e BANG BANG!
Eu mesma fui conferir e testar pra ver como funcionava, além de ter concentração absoluta, é necessário todo um preparo físico e psicológico no momento de atirar.
Além de graduada em direito, Andréia é pós graduada em Ciências criminais, e mais uma vez ela deu um OLÉ para a falta de acessibilidade e fez o curso da ACADEPOL.
Para os que não sabem(como eu não sabia também) esse é um curso preparatório para delegados, além das escadas e da falta de banheiro adaptado, a gata comprou a briga e se inscreveu no curso.
No final ela virou xodó dos 120 alunos da sala, que se uniram para ajuda-la nessa empreitada!
Pra ela não existe espaço para auto piedade e o não posso; quando peço uma mensagem ela encerra com brilho nos olhos:
"Nunca desista dos seus sonhos, pois és um guerreiro com tantas lutas e superações, que não é justo olhar para trás agora,
 Seja insuperável e inigualável para os olhos de quem não esta do teu lado,
 Desvie de obstáculos intensificando sua determinação, seja um guerreiro corajoso, seja um guerreiro valoroso,
 E quando você se ver sem saída, acredite nas esperanças que rodeiam suas certezas"

Pra quem se interessou em praticar o tiro esportivo a Associação Desportiva Durval Guimarães ( http://www.addg.com.br/ ) esta totalmente adaptada para receber(é la que a Andreia treina) e de quebra vocês ainda podem comer um bolinho e tomar um café com outros atiradores...hehehe!





sexta-feira, 17 de abril de 2015

Rodando no SPFW

Após anos sem frequentar o evento, eis que ontem fiz minha estreia como cadeirante no SPFW, confesso que estava um pouco aflita em saber como seria a acessibilidade, já que as roupas são pensadas para uma maioria que não possui deficiência alguma.
Pois bem, para a minha surpresa o evento não estava só focado em lamentar-se pelo ultimo desfile de  Gisele Bündchen e pensaram em toda a acessibilidade para que os deficientes transitassem pelo local sem dificuldades, exceto na entrada.
Uma vez que o acesso para o portão principal era permitido apenas através dos carros do evento(saca carrinho do projac?) tive que topar aquela velha ajuda braçal a la noiva em lua de mel, porém no colo de um total desconhecido!Bom, paciência e vamos em frente!
Andei por todo evento sem problemas, algumas vezes recorri a um empurrãozinho para a rampa do banheiro que era bem íngreme, porém exceto isso tive minha independência preservada.
Minha curiosidade era saber onde me colocariam para assistir aos desfiles, e para a minha surpresa seguida de uma big alegria, meu lugar era na primeira fila, alíííí na pontinha, não é demais?
Para encerrar o dia com chave de ouro, fui assistir a nossa Giiii, que faz jus a fama, que além de linda e mega simpática !!!






quarta-feira, 8 de abril de 2015

Exposição de Moda Inclusiva em Toronto


Ao contrário do que uma grande maioria pensa, a moda vai muito além de corpos magros e luxo, basta observar a história e atentar-se ao desenvolvimento da mesma em nosso mundo.
Ombreiras, crinolinas, cinturas marcadas entre outras ditas “tendências” são carregadas de significados que contam muito sobre crenças, tradições e ideologias de cada época, e por sorte do destino, ou melhor, pelo aviso de uma querida desconhecida canadense, que resolveu me abordar e me falar sobre o evento, fui parar numa exposição de Moda Inclusiva.
Fala se o barbudinho não tá sempre me rodeando de surpresas?

Já tinha ouvido falar sobre a IZ Adaptive (http://www.izadaptive.com/), mas não tinha ideia do quão geniais eram aquelas peças, caimentos pensados para quem está sobre rodas foram confeccionados para proporcionar sensações muitas vezes perdidas para quem se vê sobre uma cadeira de rodas, como por exemplo um quesito muito importante: A Independência!
Isso pode até parecer bobagem para muitos, mas eu me lembro bem a alegria que senti quando após anos na cadeira fui capaz de me vestir novamente sem pedir ajuda alguma!
Foi ali, diante daquele casal de noivos com roupas inclusivas, onde a calça tinha sua barra minuciosamente elaborada para que não houvessem sobras na frente, e não fossem curtas demais atrás que parei para pensar na importância que esse segmento teria em mudar tantas coisas...
Já parou pra pensar em como seria bom entrar numa loja e poder vestir-se sem dificuldades? Ou colocar aquele casaco sem ficar puxando pra baixo toda hora, já que o encosto da cadeira insiste em empurrar o tecido para cima? Ou melhor ainda, comprar aquela calça que parece tão perfeita no manequim, sem que ela fique “pula brejo” já que vivemos sentados? A alto estima em reaver sua independência, a sensação de inclusão em poder transitar em lojas com araras onde peças inclusivas ou não ficassem lado a lado?
É nesse mundo que acredito poder viver um dia, onde a “preferência” na fila não seja mais vista como uma forma de inclusão!


sexta-feira, 27 de março de 2015

Museu do Sapato


Como tudo que é bom dura pouco, decidi que meu último dia em Toronto seria para visitar o Museu do Sapato, agora dá para imaginar a junção MICHELE+ESTILISTA+SAPATO = FELICIDADE GRITANTE E OLHOS BRILHANTES.
A primeira idéia que tive quando ouvi falar desse museu, é que seria algo bem sucinto e com um breve  resumo sobre sapatos, ledo engano! O museu conta com 3 andares onde você descobre uma nova forma de conhecer a  história da civilização através desse incrível acessório, cores, formas, materiais fundem-se em tradições e costumes do mundo inteiro, não é a toa que gastei 3 horas(ta eu queria ver, ler e filmar cada centímetro daquele lugar) que pareceram 30 minutos!
Quando percebi já estava na hora de voltar para o hotel e arrumar as malas, aquela lágrima estava quase caindo (tá essa parte teve uma dose de drama extra) por não ter tempo de visitar o ROM(um dos principais museus de Toronto), uma moça surge do nada e me diz que estava tendo uma exposição sobre moda para cadeirantes? Fala se o barbudinho la de cima não esta sempre enviando uns anjos ninjas da guarda?
Michelinha rodou que nem Alice no país das Maravilhas, mas isso já é assunto para o próóóóximo post...hehehe



sexta-feira, 13 de março de 2015

Niagara Falls lindamente acessível !!!

Quando falamos em Canadá a primeira coisa que perguntam é, você já visitou Niágara Falls? Vou confessar que não estava la muito animada para visitar, mas uma vozinha soprou um "vai menina, tu ta aqui mesmo".
Bendita voz que me empurrou pra lá, indiscutivelmente lindo o passeio conta com um trajeto de barco onde você fica pertim pertim daquelas belezuras, da série TEM QUE CONHECER, esse passeio esta mais que na lista!
Agora se me permitem uma dica, vale um reforço extra além da capinha de chuva que eles fornecem, pois eu que sou xereta e quis ficar com a cara grudada nas Cataratas tomei um banho, mas como me embalei a vácuo saí sequinha :)
Após o passeio de barco, optamos em dar um rolezinho nas redondezas, mas nesse quesito o lugar não é muito atraente não, uma coleção de lojas de souvernirs, parque de diversões e um cassino não me deixaram muito animada, portanto nem perdi muito tempo e logo voltei para o hotel!
Agora questão mais importante de todas, o local é  ADAPTADÍSSIMO e transitei por tudo sem problemas !
Podem apostar, que vale a muito a pena!

Mais um videozinho pra coleção: https://www.youtube.com/watch?v=wlBn4OFBRks

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Toronto: Táxi adaptado +metro+ CN Tower

Sim, eu consegui me virar muito bem em Toronto, e vou explicar porque! Logo que saí do aeroporto já fiquei aliviada por encontrar taxis adaptados(o zóio da cara, mas adaptados) e não ter que passar perrengue na hora de chegar ao hotel, isso para quem tem dificuldade de locomoção e está sozinho em outro país é tipo um abraço de mãe quando se está aflito.
Achei muito legal a adaptação desse taxi, no caso a rampa ficava na parte traseira do carro(tipo aquele chiqueirinho que nós crianças dos anos 80 adorávamos ficar na hora viajar), e com o empurrãozinho do motorista, foi tranquilinho de subir.
Agora vamos ao metro, em Toronto não tive a oportunidade de andar de ônibus(apenas o traumatizante ônibus vermelho que já comentei no outro post), porém o número de estações de metro adaptadas é bem maior que o de Montreal, e isso facilita MUIIIITO a vida de quem roda por aí, mas sempre existe o PORÉMMMMM.
Como minha lesão é alta e não tenho aquela "desenvoltura" invejável que muitos cadeirantes tem para subir, descer, empinar e qualquer coisa do tipo, fui procurar algum suporte, como o que encontrei nos EUA(aquele botãozinho para falar com a central e pedir ajuda para algum funcionário).
Não sei se foi falta de sorte, porém nas linhas por onde andei, perguntei sobre esse serviço e todos foram bem diretos, nós não possuímos esse serviço, mas os vagões são acessíveis.
Agora o PORÉM, saca aquela distancia entre a plataforma e o metro? Pois é, ela existe e eu não consigo perder o medo de virar para trás ou entalar, por isso vou confessar...tive que pedir ajuda sim!
Como não haviam funcionários que se dispusessem a me acompanhar como ocorre nos EUA e também em São Paul, tratei de usar a cara de pau e pedir um help pra galerinha Canadense!
Quando optei em viajar sozinha, tinha em mente que enfrentaria um perrengue ou outro, mas penso que são nessas horas que eu me fortaleço e aprendo a me virar, não penso tanto na lesão, mas em como essas situações podem me deixar mais firme e disposta a avançar mais uma casa(no meu caso acho que seria mais um pais, cidade e etc...)
As ruas como mencionei são bem tranquilas, limpas e até mais acessíveis que em Montreal, encontrei muitos deficientes com suas cadeiras motorizadas(aqui grande parte das pessoas que estão pelas ruas usam cadeira motorizada) transitando sem dificuldades, muitas guias acabam nem sendo rebaixadas devido ao nivelamento que há com a rua, parece uma continuação da calçada, entende?
Seguindo para mais um ponto famoso, o destino foi a CN Tower, para quem curte uma altura esse lugar é ideal, a torre conta com mais de 550 metros, e se não bastasse você ainda pode andar sobre um chão de vidro e dar um tchauzinho lá pra baixo!!!
São 4 níveis para observação, e quando o clima ajuda(não foi o meu caso), você consegue ter uma visão privilegiada da cidade.
Podem ficar sossegados, o lugar é totalmente acessível e conta com banheiros adaptados, elevador, rampas e até um restaurante giratório, mas esse ficou pra próxima, pois o din din tava curto !!!
                         Pra não perder o costume, segue um videozinho pra matar a curiosidade:

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A importancia de uma agência de viagens !!!

Tenho recebido muitos e-mails, uma grande parte com uma mesma questão: qual agência que programou e organizou toda a minha viagem, pois bem, hoje vim falar não apenas dela, mas da importância que a mesma teve para que tudo ocorresse bem.
Como a grande maioria dos cadeirantes que não possuem um nível de mobilidade top de linha, sempre fico muito apreensiva com o que posso encontrar nos destinos que pretendo ir, problemas com banheiro, transporte, acessibilidade nas ruas são sempre os maiores fantasmas, por isso parti em busca de uma agência que estivesse disposta a mergulhar nessas questões comigo.
Foram quase 6 meses em que a Information Planet Itaim abraçou meus medos e passou a buscar soluções para cada detalhe ou dúvida que tive antes de embarcar para Montreal.
A princípio quando comecei a visitar as agencias percebia o quanto os funcionários não conheciam absolutamente nada sobre minhas necessidades, e em grande parte dos casos também não havia muito interesse em preenche-las, isso me deixava irada e desmotivada.
Minha viagem a Montreal foi muito pensada, afinal estaria embarcando totalmente sozinha, para um outro país cuja cultura era totalmente diferente, então vocês podem imaginar o quanto eu Michele Ansiosa Simões ficou pilhada em saber se daria conta do recado ou não .
Detalhes como acessibilidade do banheiro do  hotel(até foto eles conseguiram), medidas do quarto, altura da banheira, lugares onde eu poderia alugar uma cadeira de rodas caso precisasse e informação sobre a a acessibilidade em geral(rua, transporte e etc...) foram arrematadas com uma localização perfeita e pertíssimo da escola, que também era totalmente preparada para me receber, e tudo isso graças a agencia que solicitou todas as informações para mim.
Claro que uns perrenguinhos todo mundo passa, mas posso dizer que foram bem poucos e nada tiveram relacionados ao serviço deles, alias 80% da minha segurança em embarcar sozinha foi devido ao grande auxílio que tive durante os meses que programei para definir o melhor local para minha aventura, por isso se me permitirem uma dica, não deixem de procurar uma agencia que os acolha e principalmente, tente pelo menos por alguns instantes sentar em sua cadeira, ou enxergar o mundo da maneira que você vê como a Information Planet Itaim fez comigo!

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Nosso Guia rodando no Fantásticooooo!!!!!

E nesse domingo nosso Guia rodou pelo Fantástico e eu não poderia deixar de compartilhar com vocês mais essa felicidade!
Ver esse projeto que foi desenhado com o meu coração alcançar tantos outros deficientes viajantes, que sonham em se aventurar por aí só me deixa ainda mais feliz, obrigada galera por todo o apoio e carinho de sempre!
E nesse 2015 BOOOORA RODAAAAR!!!!
Pra quem não pode assistir, segue o link:

http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2015/01/cadeirantes-brasileiras-contam-em-blogs-como-e-vida-no-exterior.html



 

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Primeiras aventuras em Toronto !!!

Toronto foi uma experiência curta, mas que valeu cada calo adquirido, afinal foram 3 dias para tentar conhecer a cidade toda, e como não sou de negar fogo, esgotei minhas forças para conhecer os pontos turísticos mais famosos e interessantes da cidade.
O frio é o único ponto baixo da viagem; imagina que para nós cadeirantes que já sentimos um frio absurdo no inverno do Brasil, enfrentar o outono no Canadá foi praticamente uma visitinha ao Alasca.
Lógico, nem todos os dias foram tão frios, mas como conheço muitos lesados medulares que não suportam o inverno do Brasil, deixo minha recomendação para que escolham uma época mais quentinha.
A alegria já começou no aeroporto, haviam taxis normais e adaptados, lógico optei pelo adaptado, mas a alegria durou pouco, pois  quando perguntei o valor quase fiquei em pé, ta preparado?  Paguei $60,00 para ir até o hotel, não é a toa que o cara me ofereceu até um cafezinho pra ver se adoçava a cara de desgosto.
Optei por um hotel na região central, que ficasse ao lado de um metro que tivesse acesso para deficientes e o banheiro fosse totalmente adaptado! BINGO, o hotel era ótimo, além de contar com um restaurante em seu interior, ficava pertíssimo do metro e da cidade subterrânea.
Renovada parti para o primeiro ponto, CASA LOMA, a bonita não tinha muito tempo e acabou fazendo a primeira asneira da viagem. Saca aqueles ônibus vermelhos de 2 andares que vemos nos filmes, com um locutor animado e pessoas sorridentes e felizes? Elas estão felizes porque andam meus queridos, passamos o maior perrengue, pois além de mim havia uma outra cadeirante junto.
O problema foi que ao comprar nos garantiram que os ônibus tinham acesso para deficientes e na volta após aguardar os 30 minutos que viraram 1 hora de espera nos pontos sinalizados(eles tem pontos de parada espalhados pela cidade), o ônibus não tinha acesso, e no caso deveríamos esperar pelo próximo sem ao menos ter a garantia de que haveria acesso, ou seja, eu que já tinha pouco tempo, perderia mais ainda, então optei por desbravar a city de metro e ônibus!
A cidade conta com várias linhas  de metro adaptadas, as calçadas são praticamente tapetes com guias devidamente rebaixadas e os ônibus também possuem acesso, ou seja, o sonho de consumo dos cadeirantes.
Aventuras a parte, a visita a casa Loma valeu todo o esforço. Como esta  localizada num dos pontos mais altos da cidade, e o "abençoado" ônibus vermelho nos deixou em outra rua, tive que pedir ajuda para chegar até lá, pois a subida é muito íngreme e impossível de subir sem ajuda.
A casa que na verdade é um castelo que virou museu e conta toda a história do casal que vivia lá, quartos suntuosos, sala para o chá, salão de festas com direito a orquestra tocando durante a visita é apenas um resumo do que você vai encontrar por lá, e pode ficar tranquilo que para os outros andares você seguirá de elevador, que inclusive foi o primeiro a ser construído na cidade, não é o máximo?
Pra quem se interessar, segue o link do hotel: http://chelsea.eatonhotels.com/