segunda-feira, 11 de novembro de 2013

De volta ao Brasil

Acho que de todos os posts já escritos, esse sem dúvida esta sendo o mais difícil de se publicar. Cheguei de viagem dia 06 de novembro, e desde então venho me perguntando como devo finalizar essa etapa?
Há 3 meses a ansiedade pela descoberta de um mundo novo me consumia, meus medos me empurravam todas as manhãs a explorar Boston e ao voltar todas as noites eu me sentia sempre completa e fortalecida.
Ah como não lembrar meu primeiro dia sozinha, enfrentando uma rampa quilométrica, ou o meu inglês quadradinho e trêmulo em busca de informações, o excesso de atenção a cada metro rodado e o pior dos pesadelos, " e se eu cair, como será? "
Pois bem, eu caí gente e quer saber??? Pedi ajuda e tudo foi facilmente solucionado, não vou dizer que fiquei super feliz em cair e ficar como aqueles besouros que ficam virados para cima no meio da estação de trem, mas até nesse momento percebi o quanto eu tinha mudado, após o susto segui em frente e não olhei para trás.
Parece que vivi 5 anos em 3 meses, tudo foi muito intenso, olhares de cumplicidade, frio na barriga, dúvidas, risadas, quaaaantas risadas, como foi divertido aprender novas palavras, conhecer pessoas e lugares, cometer inúmeras gafes(eu sou mestra nisso) e rir de mim mesma (sim, eu falo e rio o tempo todo de mim mesma).
Apesar do coração estar partido por deixar Boston  e as inúmeras historias vividas, a sede por novas descobertas tomou conta de mim, hoje posso dizer com toda certeza que quem definiu as limitações durante essa viagem fui eu, e orgulhosamente digo que foram bem poucas!
O medo que carreguei em minhas pernas durante tanto tempo se transformou em motivação para buscar um mundo novo, a minha timidez em expor minha vida foi trocada por uma vontade imensa de compartilhar tudo aquilo que eu descobri que seria bom para outras pessoas com sentimentos semelhantes aos meus; digo sentimentos pois ao contrário do que imaginei recebi inúmeros e-mails e conheci muitos deficientes e não deficientes que sentiram-se encorajados também.
Quando planejei esta viagem achei que meu maior propósito seria superar os medos e a minha deficiência, mas além de ter vivido tudo isso eu percebi que o tempo é algo muito precioso e se você não agarrar a vida com unhas e dentes ela trata de escapar; entendi que para ser feliz é preciso estar disposto, chutar os temores para fora do armário, comprar brigas consigo mesmo e abrir o coração, pois quando resolvi abrir o meu, fui inundada por um mar de coisas boas.
Obrigada a cada um de vocês que fizeram a diferença nesses 3 meses, cada "curtida" no facebook, instagram, mensagens e sinal de fumaça me deram forças para ir além. Ainda não sei se ficarei por aqui, pois para mim o mundo agora ficou instigante, planejo sim viver tudo aquilo que eu tiver direito e mais um pouco, então prefiro dizer um até logo!
Agora para não perder o costume, coloquei algumas fotos memoráveis e um vídeo sobre o Frost Ice Bar, ah, e sem esquecer das últimas aventuras no vôo de volta ao Brasil, onde fui bem assistida do início ao fim!

http://www.youtube.com/watch?v=9DtLVk0JFpM&feature=youtu.be









 

3 comentários:

  1. E para nós que te “acompanhamos”, fica “prazer em tê-la conhecido”, penso que cada um de nós deve “tatuar” em nossos corações as frases abaixo e cada um tratar de “pegar o trem de sua própria aventura”.



    -“Pois bem, eu caí gente e quer saber??? Pedi ajuda e tudo foi facilmente solucionado,”
    - “Parece que vivi 5 anos em 3 meses, tudo foi muito intenso,...”
    -... como foi divertido aprender novas palavras, conhecer pessoas e lugares, cometer inúmeras gafes...’
    -“...as limitações durante essa viagem fui eu...”
    - “...o tempo é algo muito precioso e se você não agarrar a vida com unhas e dentes ela trata de escapar; entendi que para ser feliz é preciso estar disposto, chutar os temores para fora do armário, comprar brigas consigo mesmo”

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  2. Sem palavras p agradecer o carinho...mto obrigada! bjs gde

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  3. Michele, não faz muito tempo que também resolvi "abrir meu coração" ao mundo lá no meu "cafofo" (semacesso.com) e, surpreendentemente também fui inundada por coisas boas. O medo inicial da exposição transformou-se em uma missão de informar e compartilhar otimismo para com o próximo, sendo ele deficiente ou não (o que é o mais interessante nessa missão: pessoas que nada têm a ver com essas questões vêem em "nós" um estímulo para a vida suas aproximam suas realidades).
    Continue nos inspirando! Adorei acompanhar sua façanha! ;)

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