sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Expedições Inclusivas no Jalapão




O nome do projeto já me deixou intrigada, e quando soube que entre os participantes haviam deficientes visuais e um cadeirante não pude deixar de contar pra vocês.



   A Ana é uma advogada - educadora física - hiperativa - aventureira, tudo isso na potencia máxima, afinal desbravar o Jalapão e comprar uma briga em prol da inclusão em esportes de aventura não é para qualquer um. O projeto no qual é idealizadora surgiu numa dessas incríveis conversas de bar (pra mim a melhor forma de brainstorming...rs) onde o amor em comum pelo montanhismo e o voluntariado na ONG Terra foram os responsáveis por derrubar essa ideia tãããooo recorrente de que deficientes não podem fazer nada, quiçá se meter a fazer rafting!


Em 2013 a primeira expedição foi concretizada com dois deficientes visuais, Lucimara Matias e Carlos Cruz na Bolívia com a pratica de montanhismo em alta montanha, Huayna Potosi (6.088m), consegue imaginar?
 Logicamente que nada é feito assim da noite para o dia, o estreitamento de laços para conhecer um pouco mais a fundo o universo da deficiência foi sendo desmistificado, e através da introdução de trekkings, corrida de aventura, stand up padle e caiaque a Ana pode entender melhor as necessidades e limitações de cada um deles.
"Em uma caminhada curta os deficientes visuais podem ser guiados segurando na mochila ou ombro da pessoa (vidente) que segue a frente, porém em uma alta montanha isso não é possível pois, por segurança, é necessário caminhar com certa distância  para que em caso de queda haja tempo para  ancoragem entre os escaladores".
A busca por uma agencia especializada e que apoiasse o projeto foi fundamental, e a descoberta de um equipamento(utilizado para guiar deficientes na Espanha) foi imprescindível.
Através de uma barra  feita de PVC, dois videntes ficavam nas pontas e o deficiente ao meio, sendo possível direciona-lo.


Ana Borgîs - Idealizadora do projeto

Ana sempre opta em levar guias que já tenham experiências com esse universo e a realização de  treinos são feitas para garantir a segurança. Tudo é pensado e simulado, um resgate no rio, a locomoção em terrenos assimétricos, a independência para remar com os equipamentos adequados (grande parte dos cadeirantes não possuem controle de tronco ), bem como as acomodações.
Os acampamentos por exemplo possuíam cadeiras de banho, onde os deficientes puderam ter total autonomia na hora do banho e das necessidades básicas(sacos biodegradáveis era acoplados a um reservatório embaixo da cadeira).
 Quando pergunto a Ana o que a motivou mergulhar nesse projeto ela responde:

" Hoje defendo o direito coletivo através da pratica de atividades de aventura. Minha vida só faz sentido se o meu trabalho e as habilidades que tenho atenderem a um bem comum, coletivo. Isso é a minha maior motivação em realizar esse projeto. Eu só existo porque o todo existe".


A próxima expedição já esta sendo organizada, e quem se habilitar o destino é tentador, Mato Grosso do Sul com mergulho, bike e altura, BORA?

Segue o contato da Ana:
alnborges@live.com
Cel: (11) 9 9111-4072

 
 
                                           Fotos e Vídeo: João Aimberê Massote e Lucas Shindi Kamavukai

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